Natal dos pobres, de todos nós, de alguns ou comercial?
Sim já sei foi um grande choque quando descobri que o pai natal não existia, mas já consegui ultrapassar essa frustração. Todas as boas acções praticadas para recebermos uma prenda em nome desse senhor com umas calorias a mais sempre em interroguei como caberia naquelas chaminés, com aquelas barbas brancas e com um fato todo comunista. Esse senhor que se chamava São Nicolau Taumaturgo, arcebispo de mira, do século IV, foi a partir daqui que nasceu a lenda. Mas já chega.... È feio enganar as criancinhas, mas o pior que a mentira vem dos pais dos adultos dos grandes, ou talvez seja meã culpa, de atribuir o valor do natal ao pai natal e a personagem que passa o resto tempo nos presépios fique em segundo plano. Coisa que dantes não havia, e faz parte de quase todas as culturas de todo mundo , não desse ele volta ao mundo no seu terno a jacto. Este Sr. qualquer semelhanças com o Barbas do Benfica é pura ilusão lá por ele ter comprado os 20 livros da carolina não é o pai natal. Mas como dizia esta personagem foi reinventada alguns anos por uma marca bastante concedida. Talvez sem ter ideia da projecção que podia ter. O certo é que tornou-se o ícone o deus do comercio do consumo da sociedade consumistas! Não há rua, casa, shoping, avenida,a coisa mais ridícula, não há loja de 300, ou dos chinês que não tenha a porra de um pai natal. Será que as crianças que sabem porque é natal? Saberão quem são as verdadeiras personagens do natal cristão?
Poucas. Mas o engano a mentira também não fica por aqui. E estendesse ao certo da sociedade se as 1º vitimas são as crianças as outras são os pais e muitos adultos. Mas é uma mentira pelos vistos consentida pelos cânones da igreja pelos doutores da teologia. Porque Jesus não nasceu dia 25 de Dezembro. E a mentira pode ser algo em que queiramos acreditar. Depois dos romanos terem posto Jesus na cruz tendo outros lavado as mãos da sentença. O certo é que alguém resolveu associar o nascimento do salvador da humanidade a uma data pagã, o dia em que os romanos celebravam o dia do deus sol. Então como na bíblia não há uma data ou que pelos manos não se queira que seja revelada, o nascimento de Jesus passou por força do clero a ser neste dia.
Outra parte da história deste e de todos os outros natais, é um desabrochar de sentimentos nuca visto, parece que as pessoas guardam o sentimentos bons, puros sinceros e mais uns quantos adjectivos sobre sentimentos. Se na primavera há uma explicação para alguns comportamentos e as culpas são atribuídas ao pólen, neste mês e nos outros antecedentes, porque qualquer dia o natal esta a começar em Setembro isto para não ter as vistas largas e dizer em Agosto. Porque o comercio faz que estes sentimentos pelo próximo venham ao de cima, ou melhor dizendo a hipocrisia das pessoas o cinismos o fingimento da mentira. Porque em Janeiro as pessoas já não voltam ser amáveis como foram nos outros meses. Não fiquem tristes porque dai alguns meses sempre se vai voltar a ver o marfim (sorriso) dos vendedores. Mas já imaginaram como seria o natal sem pai natal, sem compras? Pois, nada disso, não seria chato mas sim o verdadeiro espírito ou sentido de natal. A família reunida a volta da mesa, e onde se perlonga o serão e se convive. E se pensa que a 2000 e picos anos nasceu alguém com uma missão, porque se não tivesse nascido não havia cristianismo.
Se vamos a ter sorriso nos lábios só nesta altura, porque não no resto do ano?
Natal, e não Dezembro
Entremos, apresados, friorentos,
numa gruta, no bojo de um navio,
num presépio, num prédio, num presídio
no prédio que amanha for demolido…
Entremos, inseguros, mas entremos.
Entremos e depressa, em qualquer sitio,
porque esta noite chama-se Dezembro,
porque sofremos, porque temos frio.
Entremos, dois a dois: somos duzentos,
duzentos mil, doze milhões de nada.
procurarmos o rasto de uma casa,
a cave, a gruta, o sulco de uma nave…
Entremos, despojados, mas entremos.
Das mãos dadas talvez o fogo nasça,
talvez seja Natal e não Dezembro,
talvez seja universal a consoada.
David Mourão ferreira Cancioneiro de natal (1960-1978)