ao sul

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Cada pessoa tem a sua personalidade. A sua maneira de ser e de estar na vida. Deixo que imaginação das outras pessoas se exprimam. só espero que não façam muitas projecções daquilo que são em mim. LOL Se quiseres conhecer melhor ou mesmo ate pa falar do que te passar pela alma ou pela cabeça, associa juliofaisco@hotmail.com

sexta-feira, dezembro 22, 2006

Natal dos pobres, de todos nós, de alguns ou comercial?

Tenho que confessar que com esta idade ainda estou confuso em relação ao natal.
Sim já sei foi um grande choque quando descobri que o pai natal não existia, mas já consegui ultrapassar essa frustração. Todas as boas acções praticadas para recebermos uma prenda em nome desse senhor com umas calorias a mais sempre em interroguei como caberia naquelas chaminés, com aquelas barbas brancas e com um fato todo comunista. Esse senhor que se chamava São Nicolau Taumaturgo, arcebispo de mira, do século IV, foi a partir daqui que nasceu a lenda. Mas já chega.... È feio enganar as criancinhas, mas o pior que a mentira vem dos pais dos adultos dos grandes, ou talvez seja meã culpa, de atribuir o valor do natal ao pai natal e a personagem que passa o resto tempo nos presépios fique em segundo plano. Coisa que dantes não havia, e faz parte de quase todas as culturas de todo mundo , não desse ele volta ao mundo no seu terno a jacto. Este Sr. qualquer semelhanças com o Barbas do Benfica é pura ilusão lá por ele ter comprado os 20 livros da carolina não é o pai natal. Mas como dizia esta personagem foi reinventada alguns anos por uma marca bastante concedida. Talvez sem ter ideia da projecção que podia ter. O certo é que tornou-se o ícone o deus do comercio do consumo da sociedade consumistas! Não há rua, casa, shoping, avenida,a coisa mais ridícula, não há loja de 300, ou dos chinês que não tenha a porra de um pai natal. Será que as crianças que sabem porque é natal? Saberão quem são as verdadeiras personagens do natal cristão?
Poucas. Mas o engano a mentira também não fica por aqui. E estendesse ao certo da sociedade se as 1º vitimas são as crianças as outras são os pais e muitos adultos. Mas é uma mentira pelos vistos consentida pelos cânones da igreja pelos doutores da teologia. Porque Jesus não nasceu dia 25 de Dezembro. E a mentira pode ser algo em que queiramos acreditar. Depois dos romanos terem posto Jesus na cruz tendo outros lavado as mãos da sentença. O certo é que alguém resolveu associar o nascimento do salvador da humanidade a uma data pagã, o dia em que os romanos celebravam o dia do deus sol. Então como na bíblia não há uma data ou que pelos manos não se queira que seja revelada, o nascimento de Jesus passou por força do clero a ser neste dia.
Outra parte da história deste e de todos os outros natais, é um desabrochar de sentimentos nuca visto, parece que as pessoas guardam o sentimentos bons, puros sinceros e mais uns quantos adjectivos sobre sentimentos. Se na primavera há uma explicação para alguns comportamentos e as culpas são atribuídas ao pólen, neste mês e nos outros antecedentes, porque qualquer dia o natal esta a começar em Setembro isto para não ter as vistas largas e dizer em Agosto. Porque o comercio faz que estes sentimentos pelo próximo venham ao de cima, ou melhor dizendo a hipocrisia das pessoas o cinismos o fingimento da mentira. Porque em Janeiro as pessoas já não voltam ser amáveis como foram nos outros meses. Não fiquem tristes porque dai alguns meses sempre se vai voltar a ver o marfim (sorriso) dos vendedores. Mas já imaginaram como seria o natal sem pai natal, sem compras? Pois, nada disso, não seria chato mas sim o verdadeiro espírito ou sentido de natal. A família reunida a volta da mesa, e onde se perlonga o serão e se convive. E se pensa que a 2000 e picos anos nasceu alguém com uma missão, porque se não tivesse nascido não havia cristianismo.
Se vamos a ter sorriso nos lábios só nesta altura, porque não no resto do ano?





Natal, e não Dezembro


Entremos, apresados, friorentos,
numa gruta, no bojo de um navio,
num presépio, num prédio, num presídio
no prédio que amanha for demolido…
Entremos, inseguros, mas entremos.
Entremos e depressa, em qualquer sitio,
porque esta noite chama-se Dezembro,
porque sofremos, porque temos frio.



Entremos, dois a dois: somos duzentos,
duzentos mil, doze milhões de nada.
procurarmos o rasto de uma casa,
a cave, a gruta, o sulco de uma nave…
Entremos, despojados, mas entremos.
Das mãos dadas talvez o fogo nasça,
talvez seja Natal e não Dezembro,
talvez seja universal a consoada.

David Mourão ferreira Cancioneiro de natal (1960-1978)

domingo, dezembro 03, 2006

Dias báquicos


 


Ai periquito periquito. Este ano onde todos os passos iam ter a mesma rua lá no alto de Sº Francisco, onde várias gerações se cruzavam, e por momentos todos da mesma idade em redor de um só protesto o vinho novo. È sempre um acontecimento de grande alegrias alcoólicas. No princípio das noites de Outono e depois da data pagã marcada pelo dia de Sº Martinho no calendário cristão é altura de se abrir as talhas coisa que estão elas sempre, e provar o vinho novo, o chamado néctar dos deuses, com certeza que a muita boa gente este ano a rogar pragas ao menino Baco pela desgraça. Porque pelos vistos este ano os deuses lá no Olímpio não se entenderam e as coisas correram mal para o mortais, fazedores de vinhos. Mas como dizia, a romaria começa pelo acabar da hora do dia do trabalho, ou ate para curiosos vai lá tudo ter. Debaixo do braço ou no saco lá se leva o segredo a comida, o belo pão alentejano, a linguiça as febras o queijo, o bichinho da fome já aperta, por enquanto tudo 100% alentejano nada de chinesadas.
Acho que para além de já se ter agua na boca já se consegue imaginar tudo o resto que se passa no interior das quatro parede brancas o cheiro a carne a assada misturada com o cheiro do vinho novo da balsa do mosto do lume, o cheiro de uma adega. Lá fora o frio. A prenunciar o Inverno. Porque o frio tem a sua importaria para que esta arte possa ser bem ingerida pelos mortais e depois tem o seu poder de controlo por todo o corpo, da tripa ate a cachola.
Sim o frio que é de um grande factor para o fabrico do vinho e que diga o periquito e o resto dos produtores, que tiveram que fechar os pontos de encontro de gerações que se cruzam. Talvez ainda se perguntem o porque de tal infortúnio, é como se o alquimista de um momento para o outro perdesse o sentido da sua vida. O que se julga certo concreto inquestionável pelas regras da alquimia agora há um buraco um vazio. A vida enganou-se na estrada para chegar ao seu destino, agora segue por outra que levara mais tempo mas vai acabar por chegar ao mesmo sitio. Contra a força da natureza não há mesmo nada que se possa fazer.
O Emílio que em outras alturas andava em apoquentações, enche garrafas na torneira da talha põem garrafas e copos na mesa corria o corredor da adega, por estes dias esta azafama não acontece. As vozes que entoavam os cantes alentejano, que não precisa de aperitivo ou aquecimento vinícola, porque para quem gosta o cante já esta na cordas vocais pronto a ser deparado. É muitas vezes transmitido como condição oral dos mais velhos para os mais novos. Tudo isto é a riqueza alentejana a gastronomia o vinho o cante, é o Alentejo no seu sabor mais refinado. Quem por lá já passou não se esquece. Seja de que terra for. Mas não seria justo dizer que a adega do periquito seria a única pois não é, ainda há algumas que ainda vão resistindo ao tempo as mudanças da sociedade. O vento da mudança por onda passa deixa o sua marca por mais que não se queria por vezes ver coisas mudadas, são traços rústicos, arquitectónicos, sociais que nos construímos as nossas memorias as nossas vivências.
O certo é que também não há ou quase ninguém que queria abraçar a carreira de taberneiro. O que resta são os velhos das nossas vilas e aldeias a continuar o negócio. Já de a muitos anos. Recordo-me agora esta curiosidade, as tabernas na antiga civilização romana chamavas se botequim. Nome engraçado. Não tivessem sido estes tipos que começaram com estas ideias de vinho. Já sem falar também nas oliveiras. Mas isso já são outras estórias. Pois póquer isto do vinho da sempre historias para outras estoiras, para serem contadas em outros dias. Por agora só nos resta esperar para que o frio possa dar ar de sua graça no vinho, e em nós porque é sempre coisa desagradável. Por isso esse componente para aquecermos por dentro. E que de assas a estórias e as gargantas inflamadas pelo cante.